quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Interlaken

Chegamos em Interlaken, Suica. Um dos resorts mais top de ski no mundo. No trem jah via-se a quantidade de pessoas que entravam com skis e snowboards.

A cidade é pequena. Na verdade sao duas: Interlaken e Untersee. Um riozinho de aguas claras separa as duas. Muito comércio de turismo. Lojas de relogios, canivetes e souvenniers de viagem estao lado a lado. Ouve-se diversas linguas na rua. Cada pessoa que se faz uma pergunta elas respondem em ingles. Eh engracado: eu pergunto em alemao, a patroa em frances, conversamos entre nos em portugues e as pessoas respondem em ingles, alemao e frances. Todas as pessoas aqui falam ingles.
E dentre as diversas nacionalidades, encontramos uma brasileira que trabalha de garconete num bar. Conheco essa historia. Nao parece ter muito mais de 20 anos. Deve estar aqui curtindo, aprendendo alemao e fazendo uma grana.

Daqui a pouco vou para as pistas. So aguardo o cafe da manha estar pronto, enquanto ouco duas funcionarias conversarem em portugues de Portugal.

PS: o teclado do hotel nao tem acentuacao...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Weinerei

Como o tempo não está ajudando, estamos fazendo coisas não tão turísticas do ponto de vista fotográfico. visitamos museus, estátuas, ruas, praças, etc, mas estamos curtindo bastante cafés e bares...
Ontem fomos na Weinerei (http://www.weinerei.com/). 2 euros de entrada, vinho liberado, algumas comidas e pagas no final quanto achares conveniente. Públicos dos 25 aos 35. De diversos lugares do mundo. Ouvia-se diversas línguas. Vários sofás e mesas grandes. Na verdade parece muito mais a sala de estar de uma casa. Vinho europeus de vários países. A gente pega a taça na entrada e vai experimentando. Muito legal. Astral. Fizemos várias rodadas. 3 horas lá dentro.

Volta de bonde e ônibus.
Foi chegar em casa e apagar.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Tempo em Berlin

Berlin é uma cidade cosmopolita. Diversos povos, diversas influências.
O fato de duas cidades se desenvolverem independentemente durante 40 anos e depois unirem-se é algo relevante. Impossível de ser conhecida a pé. Berlin exige transporte público. E fantástica a interligação. Estações de metroô espalhadas por todos os cantos da cidade. Ônibus e bondes fazendo a conexão fina.

Em contrapartida, o clima de inverno não ajuda muito. O sol até aparece de vez em quando. Muito no horizonte. Meio-dia está a poucos graus de inclinação . E logo desaparece. O céu nublado é uma constante. Mas é o de menos. O vento é algo que castiga. Está um pouco a cima de zero e não neva. Chove. Apesar de fina, chateia.

Estamos dentro de casa agora. Olhando a ventania que está. Já choveu mais cedo. Agora só nublado. Mas não dá muita pilha de sair. A programação de hoje será apenas o Charlottenburg. A estação fica próxima, e é um palácio interessante.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Viagem de ônibus

Cada viagem é sempre uma aventura.
Fizemos o percurso Strasbourg - Berlin de ônibus. Metade do preço de trem. Tranquilo, pega o ônibus e desce direto em Berlin. Pega metrô, ônibus, chega na casa do Marco. Barbada.

Chegamos bem antes na rodoviária. Na real só uma microparada. Idêntica a de ônibus normal na França. Falamos com o pessoal que esperava os ônibus: Belgrado, Budapest, Varsóvia... E uma chuvinha fina caindo. Realmente para encher o saco. Chega o primeiro ônibus, destino Belgrado. Dois andares, bala. Depois chega o que vai pra Polônia. Já não tão legal, um andar... O nosso atrasou mais de uma hora para chegar. Na hora de entrar uma bagunça. Não é como no Brasil que se colocam as malas para dentro e depois embarca-se. Primeiro faz o check-in com o motorista, pega o número de tickets de bagagem, coloca as bagagens e depois embarca. Passado o primeiro transtorno, beleza, agora é só embarcar.

Pegamos dois lugares juntos, legal, até que começamos a sentir o cheiro ao redor. Pessoal realmente não era chegado em banho. Ou estavam deixando o banho para a noite de Natal. Não chegava a ser insuportável. Mas estavam cheirando mal. Depois acostuma e dorme na boa. Nisso a patroa já entra em parafuso. Emputecida com a falta de banho.

Chegamos em Berlin uma friaca desgraçada. Até se orientar, pegar o metrô, ônibus, caminha para um lado e outro. Espera. E uma surpresa: na Alemanha se aceita muito pouco cartão de crédito. E eu tinha esquecido os demais em Strasbourg. Tinha uns trocados na carteira e cartão de crédito. Brasil faço tudo no crédito. Strasbourg idem. Até ticket de ônibus... Descemos na parada da casa do Marco, e pra onde fica o número 73a? A gente começa andando para um lado, 50 e crescendo, até que muda o nome da rua. Pergunto num café onde fica o tal número, e senhora não sabia. Depois é que caiu a ficha. Cada lado da rua tem um numeração que cresce em sentidos contrários. E descobrir a zero grau, cheio de mala, depois de uma noite de viagem não é das coisas mais interessantes...

24 de dezembro de tarde , tudo fechado. A cidade se prepara para o Natal em família em casa. Lojas fechadas, cafés... só as lojas de turcos e indianos abertas.

sábado, 29 de agosto de 2009

Bom Preço, Péssimo Atendimento

O Bom Preço aqui em Salvador é uma fonte de histórias. Desconheço um lugar que traga mais lembranças que esse. Sempre que possível, o evito, mas como ele está espalhado por todos os lados, há vezes que se torna mais prático.

Hoje foi atendimento típico dos caixas.
Caixa é caixa, e nada mais. Coloquei a cesta em cima da esteira, e a moça ainda ficou alguns segundos conversando com a caixa do lado. Como se eu não estivesse ali. Beleza, normal.
Terminou de passar as compras:"Bom Clube?"
-Sim.
Passei o cartão de pontos e segui empacotando as minhas coisas. Ela nem se mexeu.
Faz um tempo adotei procedimento de empacotamento no Bom Preço. Um ou dois produtos por sacola. Mesmo que seja Clight, são dois pacotinhos por sacola. Faço uma zona em cima da esteira. E nada da mulher se mexer. Afinal ela é caixa. Caixa não empacota. Está um nível hierárquico acima...
Também já aprendi a não pagar antes de ter todas as compras empacotadas. Pagamento feito, atendimento concluído: "Próximo!".
Nas últimas idas a Porto Alegre, descobri na casa da minha coroa uma caixa com milhares de moedas de 1 centavo. E agora aproveito para passar no súper, até por que eles nunca têm troco.
Dei as moedas para perfazer os centavos e a moça:
- Não precisa.
- Pago 3 centavos em moedas e os R$ 28, 30 em cartão.

Ela fez uma cara de total incompreensão. Pelo menos fez como disse.

Saudades do Zaffari. Uma vez que fiz isso, e a caixa viu que tinha mais moedinhas, pediu para trocar para ela ter troco...

Dinheiro e qualidade de serviço tem valores diferentes de um lugar para outro...

sábado, 25 de julho de 2009

Falcatrua no Out Back

Ontem fomos no Out Back aqui de Salvador. Aniversário duma amiga e a galera se encontrou lá depois do trabalho. Tinha chopp dobrado até as 20h. Pelo menosera o anúncio. Quando cheguei a maior parte do pessoal já tinha chegado e já estava com a primeira caneca vazia, esperando a segunda, já pedida. E fazia algum tempo. O restaurante vazia e nada de vir os chopps. Cada garçom que passava pedia-se para acelerar e nada.

Dali a pouco apareceu a "gerente", dedicando uma pessoa para atender a nossa mesa. Como se fosse necessário... Não demorou muito, um dos garçons disse:
- Aqui funciona assim no happy hour, demora para vir.
- Mas hoje é dobrado e não tem muita gente.
- Mas é assim. Eu recomendo aos meus clientes a pedirem antes mesmo de terminar o chopp. Demora para vir.
- Mas assim a gente não vai conseguir beber direito até as 20h.
- Bom pedir quando estiver pela metade.

Na verdade dobrada é a necessidade de paciência. O tal chopp dobrado é para chamar atenção, mas depois quando chegas não consegues usufruir. A tal happy hour deixa de ser feliz pela confusão e estresse que se chega devido a atraso e má fé.
Mesas vazias e pessoas sentadas ao lado de fora aguardando serem chamadas.
Golpes do Out Back de Salvador. Será que são em todas as cidades assim?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Como ainda não tiraram o Sarney?

Disputando a liderança do noticiário com a Gripe Suína estão as maracutaias do Senador e ex-Presidente José Sarney. Faz algumas semanas que ele não sai das manchetes. Cada dia levantam um caso mais escabroso. As justificativas não sei para que servem. Quando conseguem ter algum nexo, no dia seguinte são desmentidas, ou por ele ou alguém.
Ele, além de representar o povo (será?), comanda a principal casa legislativa da nação. Casa com mais de dois mil anos de história. Desde Roma Antiga.

Acabei de ler no Yahoo, que a casa que ele mora em Brasília, não havia sido declarada antes por esquecimento. Casa essa avaliada em R$ 4 milhões. Como alguém esquece de declarar a própria casa em que mora? A culpa foi do contador que copiou a declaração de 1998. Como assim? Será que ele considera nossos ouvidos pinico? Bota o que há de mais sujo neles?

O próprio PT que tanto nele bateu, agora está em sua mais férrea defesa.
Se o Senador Sarney fosse uma pessoa séria, já teria renunciado não só à Presidência do Senado, mas o próprio cargo.
E se fossemos um povo sério já teríamos pedido a cabeça democrática do Senador.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Qual o intuito?

Acaba de sair na TV a notícia. Presidente recepciona time do Corintians. Ficou 1h com eles. Gastou, então. Na verdade ele está parecendo com o Ronaldo. Em forma. Redonda.
A pessoa Lula pode ser corintiana, e gastar o tempo como quiser. O Presidente da República não pode gastar 1h do tempo que é pago, e bem pago, pelos contribuintes para fazer coisas pessoais. Se é para receber o campeão do Campeontao Brasileiro, que receba em poucos minutos. Não creio que agenda do Planalto esteja tranquila a ponto de torrar tempo assim.
Quais devem ter sido os assuntos tratados? Provavelmente de irrelevante importância para a nação.

Não entendo como a nação pode estar tão alienada em termos das falas e atos presidenciais. Afinal, ele nos representa e por nós foi eleito e é sustentado.
Nunca antes na história desse país tivemos um presidente que viajou tanto.
Nunca antes na história desse país um Presidente falou em público tantas atrocidades, e mesmo assim foi defendido.

Pessoas traduzem e interpretam seus atos conforme suas convicções. Mesmo que não tenha sentido.

Será que Ronaldo e Lula ficaram 1h conversando sobre cachaça e regime alimentar? Isso eles tem histórias para trocar.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Comédia Balalaika

Ontem fui no show de stand up comedy do Leo Prestes. Amigão, digníssimo da Marie. Já tinha visto alguma coisa deles na internet. Divertidíssimo. Quem tiver na mente sobre esse tipo de comédia, aquela passagem do "O Professor Aloprado", quando o Ed Murphy está magro com a professora, que na minha opinião não tinha a menor graça, esquece. O show dos guris é engraçado do início ao fim. Não se para de rir. Engraçado e bem feito. Inteligente. Quem estiver em POA, pode ir que é garantido.

Pra se ter uma palhinha, http://www.comediabalalaika.com.br.

O Leo sempre foi um cara engraçado. Sempre tinha uma piada pra compartilhar. Mas tem-se que admitir que subir num palco e ficar 30min falando bobagem não é fácil. E preparar as bobagens com assuntos atuais e formular de forma que não fique chato é uma arte. E os três são artistas...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Linha Direta para o Paraíso

Estava num passeio em Roma quando, ao visitar a Catedral de São Pedro, fiquei abismado ao ver uma coluna de mármore com um telefone de ouro em cima. Vendo um jovem padre que passava pelo local perguntei a razão daquela ostentação. O padre então me disse que aquele telefone estava ligado a uma linha direta com o paraíso e que se eu quisesse fazer uma ligação eu teria de pagar 100 dólares. Fiquei tentado porém declinei da oferta. Continuando a viagem pela Itália encontrei outras igrejas com o mesmo telefone de ouro na coluna de mármore. Em cada uma das ocasiões perguntei a razão da existência e a resposta era sempre a mesma: Linha direta com o paraíso ao custo de 100 dólares a ligação. Depois da Itália vim para o Brasil e fui direto para o Rio Grande do Sul (de um país para outro país).

Ao visitar a nossa gloriosa Catedral de Porto Alegre, na famosa Praça da Matriz, fiquei surpreso ao ver novamente a mesma cena: uma coluna de mármore com um telefone de ouro. Sob o telefone um cartaz que dizia: LINHA DIRETA COM O PARAÍSO - PREÇO POR LIGAÇÃO = R$ 0,25 ( vinte e cinco centavos ).

Não me aguentei, e disse.. "Padre.!!, "Viajei por toda a Itália e em todas as catedrais que visitei vi telefones exatamente iguais a este mas o preço da chamada era 100 dólares.!! Por que aqui é somente R$ 25 centavos? "

O Padre sorriu e disse.: Meu amigo, tu estás no Rio Grande do Sul. !! Aqui... A LIGAÇÃO É LOCAL....!!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Oxímoro atual

Excelente contribuição do Sávio, colega de faculdade.

O que é oxímoro?

Oxímoro é, segundo o Dicionário Houaiss, uma figura de retórica na qual se combinam palavras de sentidos opostos, que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam uma expressão.Por exemplo: o grito do silêncio, silêncio ensurdecedor, obscura claridade, contentamento descontente, ilustre desconhecido, e por aí vai.

Pois é, o Brasil, além de tudo, é mesmo um país "oximoroso". O autor da descoberta é o Professor de português Sérgio Rodrigues.
Há um tremendo oxímoro que não sai das manchetes dos jornais nos últimos dias:"Conselho de Ética do Senado".

sábado, 11 de abril de 2009

Silêncio no Sistema

Hoje completam-se 13 dias desde que eu mandei e-mail para a Presidência da República e os três Senadores gaúchos acerca do comentário racista do Presidente do Brasil.

Silêncio absoluto no sistema. Nem mesmo uma resposta automática do tipo "Obrigado... entraremos em contato". Nem mesmo a resposta padrão de que ele falou uma coisa mas quis dizer outra. Ou que ele referiu-se a tais pessoas... 4 representantes da sociedade, e nenhuma satisfação ou desculpa esfarrapada.

Nem mesmo a mídia falou a respeito. Será que já acostumaram-se aos ditos e desditos do novededos? Ou há coisas mais aterrorizantes para serem vistas?

Vendo o que o mundo tinha comentado a respeito, tudo o que se possa imaginar havia.
- "Mas o próprio presidente não é branco?"
- "Fui no Brasil e vi muitas gostosas loiras."
- "Isso foi para consumo doméstico." O famoso panis et circenses.
- "A culpa da crise é dos judeus de Wall Street", publicado por Gaza.

E por aí vai. É só abrir a porteira que a boiada passa...

sexta-feira, 27 de março de 2009

Presidente Racista

Essa semana levamos mais uma pedrada de nosso Presidente. Dessa vez não foi apenas sua ignorância que ficou patente. Algo muito mais forte, que de forma alguma pode ser admitido de um governante máximo de um país que anseia ser líder geopolítico.

http://www.youtube.com/watch?v=N8VOpcJ9sYU

Ficou demonstrado, pura e simplesmente, em suas palavras, sua percepção racista. Uma pessoa é tida e julgada pelo que faz e diz. Não há como não ver racismo nas palavras ditas. Papo reto: o Presidente do Brasil deixou claro RACISMO em suas palavras. Num pronunciamento ao lado do Primeiro-Ministro britânica e na presença de vasta comitiva de jornalistas estrangeiros.

Mais estupefato fiquei, quando a imprensa nacional nada comentou a respeito. Apenas algumas notícias comentando que e imprensa européia indignou-se com as palavras. Mais indignados deveríamos nós brasileiros termos ficado. Num país tão miscigenado, quando tentamos erradicar comentários e ações racistas, o Presidente larga uma dessas. Ele não conhece nenhum índio ou negro banqueiro. Se ele costumasse ler, saberia que indianos existem. Inclusive o presidente do Citigroup, Vikram Pandit, é indiano. Ele, entretanto não chegou lá por ser indiano, ou pobre ou coisa parecida. Da mesma forma que Barack Obama não foi eleito por ser mulato.

Cor da pele e dos olhos não faz o comportamento das pessoas. Se não há negros ou índios comandando empresas, a causa raiz está na sociedade, principalmente na brasileira, onde os pobres desde cedo recebem péssima educação pelo sistema estatal. E não pela cor da pele. Vestibular não enxerga pele, apenas o preparo.

Não é com racismo que vamos melhorar nosso país. Não é com um presidente racista que vamos melhorar nossa imagem ou nossa força política internacional. E não adiante argumentar o que ele queria dizer. Ele disse e ponto.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Barreiras 3 - O Retorno

Quarta-feira, 7h30 da noite. Hora de pegar o ônibus de volta a Salvador. 13h de estrada eram aguardadas. Preparação é importante: água, bolacha, barra de cereal, livro, rádio no celular... Aproveito os minutos e vou na banca da rodoviária comprar uma revista. Na hora de pagar a mulher disse que não tinha troco para R$50. Cato as moedas. Aí ela não aceita as moedas de 1 centavo. Diz que não são mais aceitas.
- Como não. É dinheiro!
- Os bancos aqui em Barreiras não aceitam mais.
- Mas tem que aceitar. É dinheiro normal.
Ela resolveu, então, ter troco para os R$50... Essa é boa. Banco não aceita moeda.

Estava preparado para encarar uma Princesinha do Agreste, conforme as descrições da Aline. Mas o ônibus é bem bom. Confortável, espaço para as pernas... Tranquilo. E ainda estava feliz por viajar sozinho no banco. Até que entra o último passageiro. E senta ao meu lado...

Algumas poltronas atrás 3 mulheres conversam. Uma com o tom de voz alto, que não conseguia me concentrar na leitura. Consegui sintonizar uma rádio com ruído. Pelo menos abafava a conversa.

Primeira parada em Cristópolis. Desço para ir ao banheiro. A rodoviária me lembra uma frase que li no banheiro do Colégio:"nunca vi lugar mais sujo nem indecente; não sei se eu sujo ele ou ele que me suja". Visão do inferno. UM monte de gente amontoada nos bancos dormindo, um cara pedincha na porta do ônibus cantando músicas religiosas, um cara vendendo DVDs piratas, de show de sertaneja a pornôs. O pátio esburacado com uma camada de poeira por cima...

A poltrona não reclinava o suficiente, e acordei várias vezes durante a viagem com o pescoço doendo. Tinha que fazer alguns movimentos para voltar ao normal antes de tentar dormir de novo.

Chegando em Salvador, faltando uns 2km, o pessoal começa a levantar. Forma-se fila no corredor. Gostaria de poder calcular quantos segundos eles ganham com essa atitude.
Chegando na rodoviária fila de ônibus para entrar. Todos os boxes cheios. Descemos no pátio. Rolava uma manifestação que eu não entendi o porquê.
Pego o táxi, rua parada. O taxista diz que é normal.

Chego em casa 9h da manhã. Bom estar no lar.
No final não foi tão horrível assim. Exceto pelas 13h de estrada.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Barreiras Parte 2 - A Cidade

Após as tais 10h de estrada, e uma noite não plenamente dormida, estamos nós em Barreiras. Após o banho, saímos para comer algo.

Não lembro de as ruas serem tão esburacadas da outra vez. Simplesmente não se consegue andar em linha reta. Sempre desviando de buracos. Não se passa de 3a. marcha. O clima é muito seco, e há uma camada de poeira sobre o piso. Esses dois fatores somados dão uma sede tremenda. Passa-se o dia tomando água. E não se fica saciado.

De volta ao hotel, não precisei mais do que alguns segundos após fechar os olhos para apagar em sono profundo. Ar bombando e acordando no meio da noite para tomar água.

Segunda-feira foi para procurar apartamento. Corretor de imóveis já não é do tipo mais fácil de lidar. Não conseguem vender o produto, são tudo atrapalhado, querendo empurrar coisa que não tem a mínima condição. Manhã inteira e nada. Eles sabem exatamente o que não existe. O que queremos eles não sabem.

À tarde mais procura. E nada. E o sol batendo na cabeça. O ar do carro não dava conta. Não conseguia refrigerar. E não adiantava botar mais forte. E mais água para dentro. Banho de manhã. Banho depois do almoço. Banho de noite. Essa sequidao dá mais cansaço ainda. Não tinha sono que suprisse a necessidade.

No fim fechamos com um hotel como mensalista. Os donos são gaúchos. Não existe em Barreiras apartamentos pequenos com garagem. Ou não tem, ou é na esquina o estacionamento. Mobiliado então nem se fala. Apartamentos e casas baratos pelo tamanho, que não adianta, mas sem muita opção.

Achei o povo mais solicito que em Salvador. E muitos carros com placas de fora. Diversos estados. Muita picape devido ao agronegócio. Muito cheiro de diesel pela cidade; afinal, tem uma BR cruzando-a no meio, rota de escoamento de produção...
A cada quadra tinha um dentista. De todos os tipos. Algumas lojas novas, multimarcas de grife... Da mesmo que num barzinho o cara estava passando o café em saquinho ainda... (deve fazer umas 7 décadas desde a invenção do filtro de papel)

No mais é uma região que está crescendo bastante. Enquanto o campo estiver bem será um zona com perspectiva.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Barreiras - Parte 1

A Aline assumiu cargo de professora na UFBA Campus Barreiras em 09/fev. Fui com ela para levar o carro, procurar ap, etc. Vou dividir a narrativa em algumas partes para não ficar tão longa.

Tudo pronto para a partida: carro abastecido e carregado, apetrechos necessários para vida em Barreiras dentro do carro, eu de férias... Domingo, 8 de fevereiro. Saímos do prédio em Salvador as 6h06 da manhã. Uma longa jornada nos esperava. Pouco movimento na BR-324 em direção a Feira de Santana. Apesar do baixo número de veículos na pista, sempre tem os chatos e os que não sabem dirigir. Pior são aqueles que não sabem, mas têm carro potente que mascara a rodapresa. O primeiro foi uma Hilux cabine dupla. Ficava atrás muito próximo, quando dava passagem também ia, tinha medo de passar os caminhões (rodovia e pista-dupla, apesar de estreita), quando passava também não ia muito...

Tínhamos que ir até Feira, pegar a BR-101 em direção ao Rio de Janeiro e depois a BR-242 até Barreiras. Parece simples, mas em todas as vezes que fizemos esse percurso me perdi nesse trecho. Vamos indo até que vem a placa. Beleza entramos. Mas logo algo me diz que não era ali. Fico na dúvida. Logo a Aline: "Lembro desse posto". Mesmo assim a paisagem me é estranha. Paramos num posto da Polícia para perguntar. Não era a BR-101. Era a BR-116 que tínhamos que pegar!!! Dessa vez foram poucos quilômetros e minutos perdidos. De volta a 324, seguimos para Feira. Aí passamos pela cidade, 35 BI, quebra-molas... estamos na direção certa. Pegamos a BR-116, e por precaução perguntamos no posto da polícia se era por ali mesmo. Beleza, agora não tem mais erro.

Esse trajeto da 116 é o pior. Quebra-molas, estreito, sinuoso, cheio de caminhões... E tenho que concordar com um colega meu. O motor 1.0 da Ford é o mais fraco da categoria. O carro simplesmente não responde. Não tinha como ultrapassar. Qualquer subida tinha que passar para quarta marcha.

Pegamos a BR-242. Dali em diante seria uma reta de quase 700 km. Pelo menos seria mais fácil de ultrapassar e manter a velocidade. Pelo menos era o que eu pensava. O carro é fraco mesmo. Quando não estava trancado por caminhão, estava com o pé no batente. Em quinta ou quarta marcha. O tempo inteiro. Praticamente não aliviei. E com isso desligava o ar condicionado e começava a esquentar dentro do carro. Era difícil manter 140km/h. Com o meu Street foi bem mais fácil e agradável de fazer essa travessia. O carro simplesmente não respondia. Mal se notava quando o motor cortava em terceira marcha, tão baixa era a aceleração. Começo a mudar de pensamento quando digo para alguém comprar um 1.0...

Tinha menos movimento na estrada do que da outra vez. E foi recapeada. Ou pelo menos os buracos foram tapados. Nenhum ponto crítico. Alguns buracos espalhados, mas era tranqüilo de desviar.

As aventuras da estrada na verdade foram dois manetas que cruzamos e um caminhão.
O primeiro, subindo serra, eu atrás dum caminhão e um Polo atrás de mim. Quando olhei via pelo retrovisor direito. Quando teve condição e puxei pra esquerda, o filhodaputa estava na minha esquerda. Nervosinha...

A outra era uma mulher num Stylo. Da mesma forma que o cara da Hilux, não ia nem ficava. Ou ficava atrás próxima, ou logo na frente. Dava nervoso de ficar perto pois ela não pisava fundo para ultrapassar. Ia passeando. Passei e fui passado várias vezes. Numa quando ela estava do meu lado começou a me fechar. Legítima barbeira. Só faltava estar no mesmo hotel que nós em Barreiras.

A do caminhão foi mais escrota. Ele ultrapassava outro caminhão em subida. Praticamente parei o carro para ele conseguir terminar a ultrapassagem e não passar por cima da gente. Pelo menos eles estavam devagar subindo e eu tinha recém saído de uma curva, estava lento também.

Após 10h de viagem, 2 reabastecimentos, algumas barberagens, chegamos em Barreiras, inteiros... Apesar do pé no fundo, fizemos 11,4km/l, boa média. A mesma que fiz com o Street.

PRÓXIMO EPISÓDIO: EM BARREIRAS

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Festival de Verão

Sábado em salvador. Depois de um dia de praia, resolvemos ir no Festival de Verão. A Patroa queria ver Alanis Morissette. Embalado pelo "Movidos pela Mistura", a noite começava com Olodum, ia para Capital Inicial, Alanis e depois descambava para Vitor & Leo e Psirico.

A Muvuca começa poucos quilômetros antes com início de fila de carros e cambistas vendendo e comprando ingressos. Alguns com preço pouco acima do original; alguns sem noção pediam 50% a mais. A idéia era irmos de Camarote, mais civilizado.

Conseguimos colocar o carro dentro do estacionamento na boa. Até ali foi bem organizado. Chegamos cedo também. A muvuca-mor seria mais tarde. Após quase 1h tentando comprar camarote e discutindo se não valia à pena ir de pista. R$ 35 contra R$ 100.

Enquanto estávamos na dúvida, sem ingresso, pode-se observar a circulação de pessoas e assemelhados. Os caras vendendo uns tubinhos de vodca e com essência. A primeira coisa que veio a mente: a dor de cabeça do dia seguinte. O vendedor ainda tentou nos convencer. Sem chance. Os 4 já tinham passado dos 20 anos; e há tempos...
Comércio de bebidas, ingressos, rolando solto...

No fim encaramos pista. Compramos do cambista ingresso de meia-entrada... Quando chegamos não estava muito cheio. Só na parte mais da frente da pista. Conseguimos um lugar legal atrás da pista do camarote. A nobreza próxima do altar; plebe escuta a missa...

Olodum foi bom o show. Nada de mais. Não é algo que me emocione. Capital Inicial os caras mandaram muito bem. Animaram, tocaram Legião, Raimundos. Pararam a músico quando deu briga. "Se der briga os caras não nos chamam mais pra tocar em Salvador". Muito boa!! Galera cantando junto várias músicas. No meio do show puxou um piazinha duns 8 anos pra cima do palco. O guri teve os 20s segundos de fama. Com os braços levantados chamou a galera.

Quando terminou o show: "No 3 todo mundo grita ducaralho!! 1, 2, 3" E os 60mil que estavam lá: "Ducaralho!!!!!". Umas 2 ou três vezes puxou e o público foi junto.

Muito legal o show dos caras. Se tivesse durado uma hora mais não teria sido longo. Pareceu-me curto. Deve ter sido 1h30 como os demais.

Próxima da gente tinha ima linha da Polícia de Choque. Não deu problema nenhum enquanto estavam ali. Nem empurra-empurra tinha. O pessoal aqui nem olha pra Polícia. Respeito forte...

Alanis entrando no palco o pessoal se agita. Ela fez um show tão empolgante quanto fez no Rock Am Ring 1999. Ou tão chato quanto. Tudo bem que eu não gosto / conheço as músicas dela. O público só se levantava quando ela tocava gaita. E a minha desconfiança foi confirmada pela Mari: ela usa as mesmas notas todas às vezes. Deve ter decorado e ficou. Como ninguém usa esse tipo de instrumento (o único que lembro é Bob Dylan), ela fez marca. Havia pessoas sentadas no chão; atrás da gente tinha um pessoal cantando e dançando Psirico, gente de costas pro palco... Esse tava comprido. Demorava pra passar. Músicas vinham, músicas iam e nada de empolgar. Dali a pouco as gurias se falaram e decidiram ir embora. Indo embora vimos o quão cheio estava. Não havia ponto vazio na pista. Lotado. Um mar de gente. Eram mais de 1:30 da manhã, e os shows iam longe ainda. Do estacionamento ouvia-se ainda Alanis tocando. Acho que assistimos mais de 1h de show.

A saída dos carros serpenteava por algo que lembrava as cenas do Indiana Jones, aqueles mercados persas. Mas ao invés prédios cor de areia e pessoas de turbante a túnica, eram barraquinhas de cerveja, cachorro-quente, acarajé, etc e pessoas rebolando ao som do Psirico.

sábado, 17 de janeiro de 2009

O Heavy Metal não morreu

Segunda-feira começam a circular boatos sobre show do Blaze Bayley aqui em Salvador. O grupo de headbangers de Motores começa a se movimentar.

Ninguém conhecia música alguma da carreira solo dele. Mas com a credencial de ex-Iron Maiden, valia a pena conferir.

Quarta-feira, 20h estamos na frente do Boomerangue. Liguei pra saber que horas realmente começaria o show, mas nada de útil recebi. Ficamos 2h do lado de fora, tomando umas cevas esperando realmente começar. 22h a galera começa a entrar. Pouquíssimas camisetas não pretas. A maioria do Iron. Sem tumulto, muvuca, bem em ordem. Começa com o show da Pandora, local. Estilo trash ou death, nunca sei direito a diferença. Bastante pesado. O local era pequeno. Não tinha 200 pessoas. E a acústica não era das melhores. Não dava pra entender o que estavam cantando. Não empolgaram muito o público. Só no fechamento que tocaram Painkiller. Aí a galera se pilhou...

1h de intervalo. Blaze foi começar a meia noite. Já tava começando a ficar com fome, cansado, saco cheio. Mas foi só a banda começar que voltou toda a energia. Os caras mandam muito bem. Tanto a banda quanto o Blaze. Apesar de não se possível entender as letras, o som dos caras é muito bom. Segue boa parte do estilo dos dois álbuns do Iron que ele fez. E é claro, tocou várias do Iron. Foram essas que a galera pulou e cantou junto.O show foi terminar quase 2 da manhã. Cheguei em casa demolido. E o dia seguinte foi pior ainda...

Gostei muito de ir. O pessoal metaleiro daqui é muito civilizado. Não deu briga (só dois chatos que a própria galera tomou conta), esbarravam e pediam desculpas, não teve empurra-empurra típico de show. Valeu a pena prestigiar a cena metal de Salvador. A minha turma que foi gostou também, e decidiu participar mais. Estar mais atenta a esse tipo de evento e curtir mais.

Afinal não é sempre que se tem show de qualidade em Salvador...

sábado, 3 de janeiro de 2009

Frio Bom

2 de janeiro.
Porto Alegre amanhece nublado com uma chuvinha fina. Temperatura um pouco mais baixa. Agradável para se colocar uma calça. Passo dia inteiro de calça. E confortável. Sem nehuma necessidade de maior refrigeração para o corpo. Fica nublado o dia inteiro. Sem chuva e sem sol.

Vou na Calçada de noite. Vazia, como Porto Alegre inteira. À noite intensifica-se a chuva. E a temperatura baixa mais ainda. Durmo de edredon, tapado até o pescoço. E um pedaço de cobertor por cima. E dormi bem. Fazia tempo que não conseguia dormir com frio e tão bem. Saudades de me tapar até as orelhas pra dormir.

São 9h40 da manhã. Os termômetros indicam 16 graus. A chuva oscila entre forte e fraco. Venta bastante. E eu sigo confortável de calça dentro de casa...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Volta à terra

Parada de final de ano em Camaçari. 2 semanas de férias.

Chego em Porto Alegre sexta-feira de noite. No aeroporto já ouço o sotaque novamente. E por todos os lados. Pessoas bonitas e bem vestidas ao redor. Como soa musical a fala.

Sábado vou ao Zaffari. Cheio, mas sem muvuca.Ninguém gritando. Os atendentes tentando servir da melhor forma possível. Sem fila. Pessoas bonitas. Até as caixas...

Dessa vez realmente senti o baque cultural. Dessa vez fiquei chocado entre as culturas. Tudo. Trânsito, lojas, roupas, o clima mais agradável (apesar de todos os portoalegrenses estarem reclamando do calor, pra mim a temperatura está ótima; quente à tarde, refrescante à noite). Dirigi nos mais diversos horários. Apesar de a cidade estar mais vazia por essa época, nem ás 18h me estressei.

Andei pra cima e pra baixo de ônibus. Ar condicionado, civilizado, limpo. Andar a pé pelo Menino Deus...

Creio que o que mais tenha me chamado a atenção foi uma parada de ônibus. Passei de carro, estacionei e tirei umas fotos. Não pude deixar de me deslumbrar.

Uma minibiblioteca numa parada de ônibus. Uma forma extremamente prazeirosa de se esperar ônibus. E estava tudo em ordem. Livros diversos, uns mais outros menos conservados. Ítens que estavam estorvando a casa colocados para o bem comum. Gostaria de ver mais dessas paradas espalhadas não só por Porto Alegre, mas pelo Brasil. Nunca tinhavistoalgo semelhante.

Talvez assim consigamos fazer com que as pessoas tenham um pouco mais de cultura, e saibam expressar-se, escrita e verbalmente melhor.