quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Inspeção

Embarque de volta para o Brasil. Perdi meu cartão de embarque. Ainda bem que foi bem antes do embarque. Tirei outro.
No portão de embarque uma muvuca. UM monte de japa com malas maiores que o permitido. Não deixaram entrar.
Depois na fila um japinha tenta furar. Mandei de volta para o final. Fui passar no raio X, até os sapatos mandam tirar. Passo e apita. Tiro mais coisa dos bolsos ainda e segue apitando. Mostro os botões metálicos da calça. Vem um francesinho:
- Abre os braços.
No Brasil a gente passa detector de metal. Aqui vem o cara apalpando. Mostrou que meu cinto tinha metal. Mais alguns passos, outra inspeção. Não deixa passar água.
Tinha mais de 1h30 entre entrar e embarcar. Compro na loja um adaptador de tomada, o mesmo que comprei quando cheguei e deixei em Strasburgo... Aí não achava tomada na sala de embarque. Popokelvis, comprar o esquema pela segunda vez, e não conseguir usar por falta de tomada. Achei escondida atrás dos bancos. Conecta, e não liga. Vou noutra e nada. Só o que falta... Até que achei uma funcionando.
Estou aqui escrevendo, sentado, enquanto um monte de gente espera de pé na fila...

Retorno

Sexta depois do almoço pego a estrada em direção a Strasburgo. 371km conforme o Google pela frente. Fiz um caminho mais direto, sem passar por Frankfurt. Outra estrada em direção ao sul. Só que essa, estava com limite de velocidade de cabo a rabo. Só teve um trecho de poucos quilômetros que estava liberando o pedal. Um saco ter que andar 300km a 130 por hora. Enche o saco ficar cuidando o velocímetro...
Um desvio no meio do caminho para comprar mostarda. Tive que entrar em uma cidadezinha. Não tinha super nenhum na estrada. Em Colônia, não passei por mercado nenhum perto do hotel, e na França só mostarda francesa... Especiarias são importantes...
1000km percorridos, 13,2km/h na média, isso que o pé estava no fundo...
Da próxima vez pego um GPS com certeza...

Samba

Sempre há estereótipos a respeito de pessoas de certos países. O Brasil não escapa. Estava almoçando com o pessoal, até que uma alemã me pergunta se eu sabia sambar.
Bah! Nulo!!!
- Segundo brasileiro que não sabe sambar.
Como se isso fosse uma coisa atrelada à nacionalidade. Disse que era do sul, que samba não fazia muito parte da nossa cultura. Era coisa do Rio e nordeste. Ela disse que tinha uma amiga de infância, que era filha de alemão com leste, mas que tinha nascido no Brasil. Crescido um pouco no Brasil. Era fascinada como a amiga tinha tanta flexibilidade para dançar...
Logo depois larga mais uma:
- Deve haver níveis diferentes de não saber sambar. Mesmo não sabendo deve ser bem mais flexível que a gente...

Aventura 4

As demais movimentações em Colônia foram na boa. A primeira volta pro hotel foi seguir as placas em direção ao centro que cai no hotel. Nas idas até me passei num dos entroncamentos, mas logo depois tinha as placas indicando a fábrica. No fim, eu tava fazendo o trajeto em menos de 30min. Sem galho...
Mas com certeza o GPS teria valido a pena...

Aventura 3

Dia de trabalho. Acordo cedo, tomo café no hotel e 7h30 estou indo em direção à fábrica. Na dúvida, perguntei para um cara da recepção como vou para Merkenich. Mostrou no mapa: Segue por essa rua, dobra aqui e depois segue toda vida.
O tal seguir toda vida já estava me deixando confuso. Já tava na segunda vida e não vi as placas ou qualquer coisa que me sinalizasse a Ford. Parei num posto de gasolina, vantagem da língua. Estava no caminho certo. Segui um monte e nada. Posto de novo. Tinha me passado da entrada que, aliás, não tinha sinalização nenhuma... Caí numa rua que terminava dentro do rio. Algumas voltas e acho uma placa indicando estacionamento da Ford. Isso já eram mais de 8h30. Segui a placa e não achei estacionamento nenhum... E eu pensando novamente no GPS... Perguntei para um caminhoneiro. Até que achei o raio do estacionamento. Não importa qual seja, posso andar mais pela fábrica, mas pelo menos não ando mais de carro. Fui entrar, e o porteiro diz que o PD não era ali. Tinha que pegar a esquerda e na segunda sinaleira à direita. Estacionamento gigante, e lotado. Não tinha mais vaga nenhuma. Não tinha mais saco para nada. Deixei meio atravessado, num lugar que eu achava que não podia. Mas azar, já eram mais de 9 da manhã, fazia mais de 1h30 que eu tinha saído do hotel e tava dirigindo. E a polícia não passar por lá para multar...
Saí da Ford quase 7 da noite. Demolido. Estacionamento vazio, E não tava achando o carro. Mas esperança que não estava olhando no lugar certo. Até que achei. Beleza, não deu nada... Cheguei nele, bilhetinho da Administração da Fábrica: estacionamento indevido; da próxima a gente guincha as custas do funcionário... Ainda mais que tem placa da França... Pelo menos a barberagem não foi atribuída a brasileiro...

Aventura 2

Segunda etapa. Frankfurt – Colônia. A Ana me deu as barbadas para pegar a Autobahn, seguir as placas. Pé no fundo de novo. Corsinha bateu em 180km/h. Andava a 160 e a única coisa que indicava a velocidade era o ruído alto do motor. Fora isso, nada. Ouvindo uma rádio, interando-me das notícias.
Seguindo as placas rumo ao centro de Colônia. Cheguei na cidade com a luz da reserva acesa. Parei num posto e aproveitei para comprar um mapa. Estava perto. Era mais ou menos seguir a avenida. Primeiro problema: estava do lado errado. Andei, fiz o retorno e tal: pista interrompida. Desvio, anda, cai do outro lado do rio... Girei até conseguir voltar para o lado certo da cidade. Anda, procura, pega rua errada, quase atropelei um cara. Ele tava na faixa de segurança e eu concentrado em achar a rua passei direto. Tomei dedo. Espero que tenha sido isso, que não venha multa...
Dali a pouco, outra besteira e vou para o outro lado do rio...
Resumindo, 1h entre chegar na cidade e chegar no hotel. Cheguei quase 10 da noite. Mal falei com a Aline que tinha chegado bem e cama. Demolido. 500km e quase 2h andando perdido demolem qualquer um... Devia ter alugado o GPS...

Aventura 1

Fim de férias. Hora de voltar ao batente. Terça-feira meio-dia, peguei o carro para ir para Colônia trabalhar. Corsinha com placa da França. Até pensei em ver um GPS, mas como tinha tudo anotado, acabei deixando de lado.
Ia aproveitar e passar em Frankfurt para falar com a Ana. Tinha olhado no Google como seria, coordenadas copiadas e tal.. Saí da Hertz olhando as placas, cuidando o caminho para Karlsruhe. Língua estranha, sem saber o caminho e tal, ia devagar com os olhos em todas as placas que passavam. Que não eram poucas. Ia pela direita, devagar, o que às vezes gerava mudanças de faixa um tanto bruscas. Dali a pouco tomei um buzinaço dum francês, ao invés de pegar a esquerda tive que pegar a direita. Ao invés de ir para Alemanha, estava indo em direção ao coração da França. Beleza, não comecei bem... Ai era procurar um retorno. Que não são tão fáceis assim. Não rola uma rezinha básica... E as placas que apareciam eram todas para as cidades francesas. Eu me distanciando cada vez do meu caminho... Até que achei uma placa Karlsruhe. Beleza, rumo corrigido.
Entrando na Alemanha tudo facilita, a língua é tranqüila, entendo as coisas. Estrada sobre-sinalizada. É informação demais. Muita placa. Muitos cruzamentos sinalizados; chega a atrapalhar. Direção Frankfurt, cidade grande, não tem erro.
Pé no fundo. 140, 160 e cara passando sem stress. Sprinter a 140... Mas apesar de parecer algo insano, a civilidade é absurda. Todos, TODOS, os caminhões na direita, e 80-100km/h. No máximo um ultrapassando outro, por breve período e retornando para a faixa da direita. Ninguém a 100 por hora na esquerda. Ninguém colado, buzinando, dando sinal de luz. Ninguém atravessando a estrada, não tinha carroça, trator...
Quando o limite era 120, nem todos respeitavam, mas todos baixavam a velocidade. Chegava a ser chato. Placa de 100km/h e 300m depois outra placa liberando a velocidade. Obras e mais obras nas estradas. Pontes em construção, manutenção na estrada.
Chegando em Frankfurt, recomeça a aventura. Me passei da entrada. Peguei a seguinte, cai no centro da cidade. Na verdade eu nem devia entrar na cidade, o destino era zona metropolitana. Anda e tal, acho uma placa Bad Homburg. Beleza, me achei. Fui indo, passei pela cidade e não vi as indicações do endereço. Paro numa parada de ônibus para olhar o mapa. Tava no caminho. Grande vantagem era parar em posto de gasolina u alguém na rua e me entender sem problema. Pergunta e resposta sem galho. Mais algumas perguntas e voltas e chego na casa da Ana. 40min entre chegar em Frankfurt e chegar na Ana.
O GPS teria ajudado bastante...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Queijos e vinhos

A França é famosa pelos queijos e vinhos. Estamo tentando manter a média de um vinho por dia. Diferente. Apoiando o regionalismo, procuro sempre pegar vinhos da Alsácia. Pelo que procurei no súper, eles só produzem brancos. A maioria que tomamos custo em volta de 5 euros. E muito boa.

Queijos estamos variando também. Só que essa tarefa está mais complicada. Peguei dois que tem uma camada branca por fora. Esses foram bombas. E matar as 300g não é tarefa tão rápida quanto uma garrafa de vinho. O gosto até que não ruim, mas fedem. Bastava abrir a geladeira para sentir o aroma. Isso que estavam dentro de um pote plástico... Outros que pegamos são fantásticos, e da mesma forma não são caros. Se fizermos a conversão, são até mais baratos que os queijos elaborados do Brasil.

Assim a gente entende por que os caras tem a fama merecida. E para acompanhar, pães variados. Pena que não dá para se manter muito tempo a base de vinho, queijo e pão...

O sol brilha

Hoje fez 30 dias que estou na Europa. E pela primeira vez o sol brilhou e usei óculos escuros. Já estava em mente que não os usaria dessa vez.

O sol estava um tanto tímido. Aparecia e sumia atrás das núvens momentos depois.

A temperatura subiu, está muito agradável. 6 graus. Não se sente mais frio, ontem passou um cara correndo de bermuda e camiseta... E assim segue a vida. Daqui a pouco estarão pelados nos parques curtindo o verão...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Tempo

Parou de nevar. Após 10 dias de precipitação, a cidade tem neve acumulada por tudo. Telhados, carros, calçadas, tudo branco.
Hoje amanheceu com uma cerração forte. E já são 1h da tarde e nada de ela dissipar-se. Não está chovendo, mas existe água em suspensão no ar. Vê-se gotículas. Pelo menos a temperatura está um pouco mais agradável.

Tecnologia

Tecnologia desportiva é algo que evolui muito nos últimos anos. Quando morava em Munique e ia correr no inverno, sempre passava frio. Em Porto Alegre eram várias camadas de roupas. E nunca parecia adequado.

Logo que cheguei em Strasbourg, fui correr. 4 camadas. Para o primeiro dia OK. Mas se fosse assim toda vez, haja máquina de lavar roupa... Fomos nas lojas de esporte aqui. Indicaram uma calça e um moletom. Disseram que era o suficiente até para abaixo de zero. Perguntei bem se realmente era o suficiente. Disseram que era na boa.

Correr abaixo de zero só com duas camadas, uma dry fit e um moletom, soava um tanto maluco. Na dúvida sempre ia com um colete por cima, pelo menos para proteger o tronco. As pernas estavam na boa. Sem problema.

Hoje arrisquei ir só com as duas camadas recomendadas. Tranquilo. Às vezes quando batia um vento mais forte, sentia um leve frio. Isso que estava correndo devagar. Não esquentava tanto. Em Amsterdam via as pessoas com pouco volume. Provavelmente as mesmas duas camadas, enquanto eu congelava com as 4 que estava.

Devia estar levemente acima de zero. Uma cerração forte, mas tranquila a corrida. Bom fazer um esporte de manhã, mesmo com tudo branco em volta... Sente-se todos os movimentos. Não se sente pesado. Não interfere na manutenção da temperatura do corpo. Bom aproveitar a tecnologia.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Respeito e civilidade


Acabei de voltar do banheiro, e meu computador permance na posição em que deixei. Nos outros dias sempre pedia para alguém dar uma olhada. Mas depois que vi umas gurias sair por um tempo e deixar tudo sobre a mesa, fiz o mesmo. Até por que os computadores que o pessoal deixa são bem melhores que o meu. Vai o princípio, que se é para arriscar, o cara vai tentar pegar o melhor...

Bolsa, Ipod, fica tudo nas mesas.

É por essas que os caras vão para o Brasil, India, México e tomam umas ruins. Se comportam da mesma forma como por aqui...

Neve não para

Faz uns 10 dias que não para de nevar. A cidade está branca. A beleza começa a virar merda branca. Tem que tirar as botas antes de entrar em casa. Cuidar na rua para não escorregar. Andar com a cabeça baixa por causa dos flocos. Uma friaca dos infernos e contínua. Várias camadas de roupa sempre que se vai sair de casa.

Um caos nas estradas e aeroportos. Segunda, Frankfurt cancelou 300 vôos. Imaginem ficar trancado num aeroporto por causa do tempo. Sem previsão para normalização. Aulas estão sendo canceladas. Notícias direto na TV a respeito de previsão do tempo, e os governos solicitando que as pessoas viajem somente se necessário.

Pelo menos não temos que limpar a neve na frente de casa. Como é prédio, ou existe alguém específico ou não fazem. Na real acho que nosso não fazem... Em Amsterdam tinha atendente de loja de terno e gravata limpando a entrada. Para não precisar limpar dentro depois...

Hábitos

Li em Amsterdam uma pesquisa que dizia que metade dos holandeses tem o hábito do banho diário. Pelo menos já é a metade da galera. E que desses, a maioria é mulher... Não falava de outros países.
Entretanto, há vezes que penso que eu estou nos outros 50%. Do nada, me mexo em algum lugar público e sinto um cheiro ruim.
Hoje meio-dia, estava me levantando na biblioteca para ir para casa e um cheirão aparece. Tinha tomado banho antes de sair de casa, e passado desodorante. Logo, não era eu.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Biblioteca

Essas férias minhas estão servindo ao propósito de escrever a dissertação e preparar as aulas para esse semestre. Tenho passado os dias na Biblioteca da Ecole de Management. Ambiente muito bom para estudo. Silêncio, wifi, muito agradável. Esse lugar é gigante. 3 andares, dezenas de mesas. Livros, revistas e jornais internacionais a disposição. Muitas pessoas com laptops, netbooks e Macs. Vê-se esses dois absurdamente mais que no Brasil. E ainda muitas pessoas estudando no tradicional livro e caderno. E muitas anotações.

Todos conversam muito baixo. Fica um silêncio o ambiente. A tardinha aparece mais gente mais velha. Devem ser de pós.

E o prédio fica a 1 quadra do ap. Muito tranquilo de vir.

Amsterdam

Após 13h trancados dentro do ônibu chegamos a Amsterdam. A cidade estava branca. Neve por todos os lados. Alguns graus abaixo de zero.

Deixamos as malas no hotel e fomos passear pela cidade. Na verdade, o passear era feito em rondas de menos de 1h. Depois desse tempo a alma começava a sentir frio. Era hora de parar num café e beber algo quente.

Após tantas aventuras e sofrimentos fomos tomar aquela ceva. Algo regional. Não lembro o nome, afinal holandês não é das línguas mais fáceis. Bateu bem. Não tínhamos muita coisa dentro. Duas remessas e já era tempo de sair. Batia um vento e um frio dos infernos. O mapa que eu tinha era muito tosco e não estava me orientando direito. Não tinha como voltar caminhando. Tanto por orientação quanto por frio. Fomos de bonde. Ainda pegamos no sentido errado. Pelo menos durante os passeios de bonde nos aquecíamos um pouco. No hotel, banho de banheira para relaxar. Merecíamos...

Sábado, ainda nevava. Fomos dar uma banda no Vondelpark. Uma galera correndo, até passou um magrão de bermuda, guerreiro. Várias famílias patinando no lago congelado. Pais puxando as crianças em trenós. As pessoas não pareciam estar sofrendo tanto como nós. Foi mais um dia de bandas intercaladas por cafés. Vários canais congelados. Algumas pessoas sobre o gelo tirando fotos. Até pensei em ir, mas eu só tinha uma calça, que estava no corpo, e um sapato. Molhá-los seria decretar o fim da viagem... Além de uma boa chance de pegar uma bela gripe...

O turismo acabou às 7 da noite. Compramos uma garrafa de vinho, algumas coisas para comer e fomos para o quarto do hotel. Não dava para aguentar. Isso que eu tinha duas camadas nas pernas e quatro na parte de cima. E estava com frio. Se ficasse parado virava estátua...

Domingo fomos na Heineken. Muito legal. Fizeram um projeto para turista mesmo. Tem um cinema onde mostram o processo da produção. Até água jogam na gente. O chão se mexe... Recomendo fortemente a quem for para Amsterdam. Vale mais a pena que os museus tradicionais.

3 dias abaixo de zero, neve interminável. Direto via-se os carros patinando para arrancar. Pessoas escorregando a todo momento.

18h30 hora de pegar o ônibus. Pelo menos dessa vez era o ponto inicial. Saiu pontualmente. Alguma coisa que funcionou na Eurolines... E chegamos no horário em Strasbourg. E os bagaceiros que foram com a gente lá dentro. Como dessa vez tinha mais gente, vieram quietinhos. Ou estavam ainda chapados que não incomodaram.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Indiada Eurolines

Quinta de noite fomos para Amsterdam. Pegávamos o ônibus da Eurolines ás 23h30. Direto para Amsterdam. Chegamos na parada um pouco antes do horário. Deu o horário, e nada do ônibus nem ninguém da Eurolines. Uns 10 min depois, o cara apareceu, disse que o ônibus ia atrasar 1h e foi embora. Perguntamos se dava para desistir:"NO reimbursement".

Isso que estava -5 graus, e a parada é simplesmente uma parada de ônibus, sem abrigo de vento ou aquecimento. Mais 1h e ele ligou para alguém que estava esperando e disse que o ônibus ia chegar as 2 da manhã. Esperar um ônibus por 2h30 no frio de -5 graus é algo tenebroso. Doía tudo. Os pés estavam ardendo de frio. Pensamos várias vezes em desistir. Azar dos 100 euros. Depois lembramos que já tinhamos reservado o hotel com cartão. Era decisão ruim. Perder mais de 200 euros e ficar em casa confortavelmente ou esperar o ônibus. Poderia atrasar mais ainda.

Caminhava de um lado para outro para tentar melhorar e nada. Todos estavam desesperados de frio. O que paguei a menos do que de trem de forma alguma estava valendo a pena. Era um frio desesperador. Nevava sem parar. Em volta só branco. Nenhum bar perto para pelo menos ficar aquecido. A parada da Eurolines é no meio do nada. Sem apoio nenhum nas redondezas. Estava me sentindo gado.

Pouco depois das 2 da manhã chega o ônibus. Até que enfim. Entramos, mas mesmo assim parecia que o frio não amainava. Fiquei a viagem inteira de casaco. O ônibus estava frio. A cada parada, o motorista abria as duas portas. Entrava um vento pela porta do meio que fazia frio na alma. Pedi para ele fechar:"It makes you wake up". Não queria acordar. Queria dormir.É, realmente estava sendo tratado como gado. Eurolines não é apenas um forma mais barata de viajar. É uma forma pior de viajar. A maioria dos motoristas e passageiros é do leste europeu. ônibus emplacadas na Polônia. Cada ônibus diferente do outro. Uma prova que não é um low cost. É low level também. Poucos franceses ou alemães ali dentro.
E ainda um grupinho falando alto, ouvindo som alto. 4 bagaceiros. Uma hora tive que levantar e pedi para abaixar o volume. Estava tudo conspirando contra a viagem.
Numa das paradas, ficamos mais de meia hora parados. Perguntei ao motorista:"Tem muito tráfego agora, vamos esperar um pouco para baixar o movimento". Gado!!!

O ônibus que era para chegar as 10h30, chegou as 15h. Tivemos que trocar de ônibus no meio da Bélgica. Saímos das auto-estradas e fomos pelo meio de uns vilarejos por muito tempo. Apesar da paisagem ser bonita, não tinha mais saco para curtir paisagens
Não aguentava mais viajar. 13h trancado dentro de um ônibus. Pressentia que o final de semana em Amsterdam ia ser um saco pelo transporte.
Segunda viagem consecutiva tenebrosa com a Eurolines. No Natal, para Berlin, também atrasou, ônibus cheio, gente fedendo...
Não vale a pena Eurolines. Vale mais gastar um pouco mais e ir confortavelmente de trem.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Paquistanês

Estava no trem esses dias senta uma guria na frente. Cara de indiana. Dali a pouco senta o pai dela ao meu lado. Ocupou 70% do banco. Jogou-me contra a janela. Fui apertado até a estação final...

Perguntou-me se eu esquiava. Perguntou se era fácil. Se um cara do tamanho dele conseguia esquiar. Disse que os esquis menores são mais fáceis, mas não tinha muito conhecimento, pois fazia snowboard. Perguntei se ele praticava algum esporte. Resposta: Cricket. E futebol de vez em quando. Questionei-me: se cricket é esporte, taco deve ser considerado também. Tudo bem, deixa pra lá.

Eu disse que era brasileiro. Eles na verdade são do Paquistão, mas moram em Dubai.
-Do you know Dubai? Have you ever heard about?
Tirou onda de não se saber o que é Dubai no Brasil. Ficou me falando de todas as coisas de Dubai que já apareceram na TV, saem nos jornais, etc. E não sabia que no Brasil nossos carros roda com etanol. Isso que ele está num país rico à base de petróleo, que nos últimos 10 anos resolveu fazer alguma coisa antes que as reservas acabem... Assim se vê quem no fim lê jornal e sabe do que se passa no mundo...

Último dia

Último dia nas montanhas. Acordei ás 7h da manhã. Tinha deixado a roupa separada, mas esqueci do cachecol. A Aline ainda dormindo disse que estava pendurado no armário. Peguei e saí. Ainda com sono, o hotel não muito iluminado, era o cachecol, vermelho. Beleza. Preferia o preto, mas sem galho. Quando entrei no trem é que identifiquei a cor: rosa. E era gigante. Sai abaixo do casaco. E enrolado no pescoço ficava extravagante. Bom, pelo menos o pessoal por essas bandas é mais moderno, e não liga. Também não cabia no bolso. Nos três dias não tinha cruzado com nenhum brasileiro. Não era hoje que eu ia encontrar... E realmente não encontrei. Sorte...

7h52 pego o trem para a estação Ost. Dessa, mais um trem até Lauterbrunnen. Mais um trem até meio da montanha. Mais uma gôndola. E ainda um lift até as pistas. Estava a 2400m de altitude.

O dia estava perfeito. Tempo claro, não muito frio, pouco vento, pouca gente. Antes das 9h já estava nas pistas. As pistas ainda com as marcas com tratores de esteira. A neve estava dura. Rápida, mas difícil de controlar. Muito gelo ainda. Mas o visual do dia melhorava a situação. Com o passar das horas e mais gente nas pistas, começou a melhorar a qualidade da neve. Ficou mais macia, mais gostosa de andar.

Fora das pistas viam-se as trajetórias do pessoal nos dias anteriores. Hoje provavelmente estava crocante. Fofa embaixo, e uma camada de gelo em cima. Ótima para atolar e cair. Não era o dia para sair. Pouca neve nova. Ainda mais que os alertas de avalanche estavam piscando. Acima do nível 3. Definitivamente não era o dia para fazer arte. E viam-se paredões de neve nas encostas... Alemão é uma língua bastante formal. Um desconhecido é sempre tratado como senhor, terceira pessoa. Os alertas para a galera de anda fora das pistas estavam todos na segunda pessoa. Aviso claro...

Vários paragliders voando. Até perguntei para um se rolava térmica com o frio. Não, é só descida. Em fevereiro, quando o sol está mais alto até rola. Achei interessante a expressão. Dois aviões amarelos com esquis estavam voando. Creio que vôo panorâmico. Pousavam num descampado branco, ao lado das pistas.

Foi um dia bom para fechar a temporada nas montanhas. Temperatura entre -5 e -10 graus, tempo bom, neve boa, pistas interessantes...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Horizonte branco

Dia frio e de muita neve.
Acordamos com Interlaken branca. Nevou na noite, e uma camada fina cobria telhados e carros. O caminho até as montanhas estava alterado. Onde se via grama, se via branco hoje. Muita neve no caminho.

Fui para outra montanha. Da gôndola já se observava a quantidade de neve nova, bem como os caminhos que os primeiros do dia haviam feito. As pistas estavam com poucos vícios dos passantes, e curtia-se muito a neve nova. Muito bom. Uma galera descendo fora das pistas. Neve novíssima, e muito espessa. Aproveitei e fui atrás. Animal a sensação de esquiar com a neve cobrindo até o joelho. Muda a técnica. E nessa eu me perdi. Acabei afudando, atolando e não conseguindo sair do lugar. Tive que tirar a prancha e ir caminhando afundando os pés. Saí ofegante após poucas dezenas de metros. Boa a experiência. Rolava ir paralelo as pistas normais, mas indo pela neve nova. Saia uma pouco e voltava para a pista. E às vezes até indo por fora para conseguir descer; algumas pistas tinham partes planas que eu ficava parado. Beleza, aproveitei a neve nova para descer e curtir.

Uma hora não sentia não o nariz. Uma ventania dos infernos e eu num lift aberto. Depois os dedos começaram a ficar duros. Pés gelados. Enquando descia, beleza. Era subir nas cadeiras que começava a doer tudo. Tive que parar por volta de uma da tarde para tomar um chocolate quente. A alma estava com frio. Joelheira fora do lugar, as meias sugadas pelas botas, luvas molhadas, toca cheia de neve... Parada técnica necessária.

O movimento foi muito forte. As gôdolas ficaram sempre cheias. Ficava fila para conseguir um lugar. Teve uma gôndola que passou que o pessoal fechou a porta, para ninguém entrar. Logo passa o cheirão de maconha. 20min trancado num lugar fechado... No que eu peguei, não estavam fumando, pelo menos naquele instante. Estavam com um cheirinho... Até ofereci uma cachaça, mas só um aceitou. Numa outra subida, ofereci para uma mãe que estava com a filha adolescente, mas a coroa não quis. A coroa botando uma pilha para descer uma pista preta e a aborrescente com medo...

Amanhã é o última dia. Montanha nova, novas pistas e dia curto. A tardinha voltamos para Strasburg.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

De volta às pistas

8 anos se passaram desde a última vez que havia esquiado. Mas dessa vez estou nos Alpes.
Acordei cedo, peguei o ônibus e fui para Jungfrau. Apesar do cansaço e do sono, não conseguia dormir direito no ônibus. Dá mais ou menos 50 min entre o hotel e as pistas. Cada vez que abria os olhos ficava maravilhado com as paisagens. Montanhas, casarões de madeira, rios em leitos de rocha.
Nessas situações lembro um diáologo que tive com a minha avó uns 15 anos atrás.
- O que tem a Suíça?
- A Suiça é linda - disse minha avó.

Realmente ela estava certa. Parece maquete. Tudo limpo, ajeitado, bem feito. Emoldurado pelos Alpes.

As pistas da região de Jungfrau somam mais de 200km. Isso das regulares. Vê-se uma galera curtindo a neve nova fora das pistas. Inclusive pais levando os filhos pequenos.

Apesar de não ter muita neve, as pistas são fantásticas. Hoje bateu a consciência que as pretas realmente são para que sabe, ou é louco da cabeça. Paredões verticais de gelo...
Estou todo dolorido. tronco, pernas... 2 dias inteiros sobre a prancha. Vale cada minuto passado no frio.