domingo, 2 de novembro de 2008

Desafio do Forte

Nesse final de semana juntamos um grupo de corredores e fomos para a Praia do Forte. Teve o Desafio do Forte, 50km em revezamento. Cada um correu entre 8 e 12 km. Fizemos 2 equipes na Ford.

Prometia ser uma corrida legal. Trechos de areia, terra batida, praia, trilha, sobe morro, desce morro. A galera foi pela curtição. Começando às 7h, estimávamos correr em 4,5-5h. Beleza, o último ia correr com o sol dos trópicos a 90 graus...
Além da corida em si, havia a parte logística. Havia 3 pontos diferentes de troca de corredores. E um distante do outro. Conseguimos acertar os carros que iam fazer o transporte, quem levava quem até onde, etc. Estava tudo certo para ser um evento show de bola.
Cada um tinha estudado seu percurso para saber o que o esperava. Tudo pela curtição.

6h da manhã, tomávamos café e começa a chover. Chuva baiana. Não mais que 10 minutos.

6h30 da manhã estávamos todos no aeroporto da Praia do Forte. Na verdade apenas um descampado, com pista de grama, que foi desativado a poucos meses.
Lá começamos a perceber que a organização ia ser um mangue. O local fica na via de acesso à Praia do Forte. Todo o transporte passa por ali. A galera começou a estacionar dos dois lados. Não demorou para congestionar. Isso cedo da manhã... Não tinha água disponível. Nunca tinha visto isso. Em todas as corridas há água em abunância na largada. Os carros de apoio que tinham que ter adesivo de acesso, na verdade não precisava tanto. Era só para caso de necessidade...

O início foi pontual. O Ingo começou. 11km, sendo que a maior parte pela areia da praia... Em 30 minutos começaram a chegar os primeiros. O trajeto não estava bem sinalizado, e os primeiros corredores fizeram o retorno bem antes do local correto. Nesso momento a bagunça já estava instaurada. Eu era o segundo. Tivemos que correr pela rua desviando e disputando com carros e caminhões. Pelo menos os motoristas não descambaram para a buzina.

O que era para ser chão batido, era terra fofa. E morro acima. Não parava de subir. A organização havia dito que a cada 2,5km haveria água. E subindo em terreno macio parecia bem mais cumprido... E mesmo às 8h da manhã, o sol já estava quente... E não se parava de subir. Às vezes amenizava para depois voltar a subir. Começei a olhar o relógio esperando pela água. Já havia passado 3km e nada. Passamos 4km e nada. Só teve água lá pelo km 5. A cada fiscal de prova a mesma pergunta de todos: água. Estava a ponto de desistir; começar a caminhar. É uma sensação terrível ficar com sede e não saber onde vai-se beber... Pisei de mal jeito, e o pé cmeçu a doer. Assim que pensava em caminhar, lembrava que era o segundo, e não podia atrasar os demais.
Já próximo do final do percurso, mas sem idéia de quanto faltava, reto à minha frente havia um morro, e haveria de subir bastante. Ia morrer certo no meio. Ainda bem que desviamos dele...
Em vários pontos me sentia como em fotos de corrida de aventura. Via na pista pessoas distantes umas das outras, muita natureza em volta. Como nas que aparecem na Go Outside. Bem diferente das corridas em Salvador onde tem platéia, carros na outra via, prédios por perto...

Cheguei no ponto de troca, procurando pelo Christoph. E nada dele. Olhei por todos os lados e nada. Uns 3 ou 4 minutos ele e o resto do pessoal aparecem de carro. Ficaram trancados no trânsito. Na confusão ainda indiquei o caminho errado para o Christoph. Não sei se foi maior ou menor, mas ele se achou mais para frente e seguiu.
Fiquei esperando que me buscassem. Fiquei quase 2h esperando o resto da galera. Só ouvindo as demais equipes. Os caras estavam emputecidos com a organização: falha na indicação do percurso, falta de água, distância dos trajetos errada, confusão no trânsito... Uma gritaria repetitiva. Outros metendo gel para energia. Não lêem as bulas que dizem que apenas para exercícios muito pesados. Não são 8km que requeirem isso... Outros fazendo festa, com som e cadeira de praia. Outro aproveitou para cantar uma corredora...

Eu que achava que a nossa equipe era boa, o nosso corredor 6 começou 1h depois da equipe líder...

O Christoph levantou o balão de fazermos o percurso de volta correndo. Mais 6km. O Paulo veio junto. De início já falei, devagar... e levei água. Não estava afim de penar no retorno também... Mas na volta tinha 3 pontos de hidratação. Água suficiente. O que começou a incomodar foi meu joelho. E cansaço. Apesar de ser mais em descida, a terra fofa trava a pisada e cansa mais...

Cheguei demolido no aeroporto. Alonguei, mas não tive certeza de ser o suficiente.
Na pousada o banho foi revigorante. Agora era vez da fome atacar. Antes da praia parei na sorveteria. Carboidrato de fácil absorção era extremamente necessário...
Na praia fiquei jogado em cima da cadeira. Nem a Skol gelada saciou muito. Só curtindo um final de dia na beira da praia...

A idéia da corrida foi show de bola. Algo diferente. Longe do asfalto, contato com a natureza, trilhas, revezamento em pontos distantes. Entretanto a orgaização deixou muito a desejar. Em diversos aspectos...

Fica o aguardo pela Desafio 2009...

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