domingo, 15 de fevereiro de 2009

Barreiras 3 - O Retorno

Quarta-feira, 7h30 da noite. Hora de pegar o ônibus de volta a Salvador. 13h de estrada eram aguardadas. Preparação é importante: água, bolacha, barra de cereal, livro, rádio no celular... Aproveito os minutos e vou na banca da rodoviária comprar uma revista. Na hora de pagar a mulher disse que não tinha troco para R$50. Cato as moedas. Aí ela não aceita as moedas de 1 centavo. Diz que não são mais aceitas.
- Como não. É dinheiro!
- Os bancos aqui em Barreiras não aceitam mais.
- Mas tem que aceitar. É dinheiro normal.
Ela resolveu, então, ter troco para os R$50... Essa é boa. Banco não aceita moeda.

Estava preparado para encarar uma Princesinha do Agreste, conforme as descrições da Aline. Mas o ônibus é bem bom. Confortável, espaço para as pernas... Tranquilo. E ainda estava feliz por viajar sozinho no banco. Até que entra o último passageiro. E senta ao meu lado...

Algumas poltronas atrás 3 mulheres conversam. Uma com o tom de voz alto, que não conseguia me concentrar na leitura. Consegui sintonizar uma rádio com ruído. Pelo menos abafava a conversa.

Primeira parada em Cristópolis. Desço para ir ao banheiro. A rodoviária me lembra uma frase que li no banheiro do Colégio:"nunca vi lugar mais sujo nem indecente; não sei se eu sujo ele ou ele que me suja". Visão do inferno. UM monte de gente amontoada nos bancos dormindo, um cara pedincha na porta do ônibus cantando músicas religiosas, um cara vendendo DVDs piratas, de show de sertaneja a pornôs. O pátio esburacado com uma camada de poeira por cima...

A poltrona não reclinava o suficiente, e acordei várias vezes durante a viagem com o pescoço doendo. Tinha que fazer alguns movimentos para voltar ao normal antes de tentar dormir de novo.

Chegando em Salvador, faltando uns 2km, o pessoal começa a levantar. Forma-se fila no corredor. Gostaria de poder calcular quantos segundos eles ganham com essa atitude.
Chegando na rodoviária fila de ônibus para entrar. Todos os boxes cheios. Descemos no pátio. Rolava uma manifestação que eu não entendi o porquê.
Pego o táxi, rua parada. O taxista diz que é normal.

Chego em casa 9h da manhã. Bom estar no lar.
No final não foi tão horrível assim. Exceto pelas 13h de estrada.

Um comentário:

Marco Bezerra disse...

Barreiras. O Velho Oeste.